Devido ao valor agregado nos processos de revestimento de cromo duro e metalização – tanto em equipamento quanto em matéria-prima – e pelas condições de trabalho serem de difícil reprodução em escala de bancada, os processos de revestimento industrial não são comuns como fonte de estudo, a menos que parcerias junto às indústrias sejam realizadas.
Em 2019, a Sulcromo desenvolveu corpos de prova metalizados, com variações de processo junto ao curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a fim de beneficiar os estudos dos processos, possibilitando que as características industriais sejam analisadas a nível de pesquisa.
Também em 2019, planejamentos foram iniciados junto ao Instituto Tecnológico da Unisinos, itt Fuse, tanto para revestimentos metalizados quanto de cromo duro, porém a pandemia adiou tais projetos e os mesmos ainda não foram possíveis ser retomados.
Internamente, na Sulcromo, muitos estudos e testes são realizados para melhoria de processos, análise de fornecedores e matérias-primas, bem como desenvolvimento de clientes e fornecimento de soluções.
Visando o interesse da Sulcromo em dar continuidade em parcerias e contribuir com pesquisas sobre revestimentos industriais, a aluna do curso de Engenharia Química da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Isabela Bastos Schuster, a qual também realizou seu estágio obrigatório na Sulcromo, desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso relacionado ao revestimento de cromo duro.
A aluna Isabela comenta em seu trabalho que teve grande dificuldade de buscar referências atuais a nível acadêmico para o seu embasamento teórico, o que dificultou a elaboração do referencial teórico e a busca por metodologias mais assertivas.
Essa dificuldade também já foi comentada por clientes da Sulcromo, que buscam mais informações ao determinarem especificações em seus projetos, e até mesmo quando realizamos nossos desenvolvimentos internos, onde muitos conhecimentos são adquiridos somente quando submetido a processo.
Conforme a Coordenadora da Qualidade da Sulcromo, formada em Engenharia Química e Mestranda no curso de Engenharia Química, Magali Gottems da Silva, em muitos casos, a Sulcromo é uma escola para conhecimento de processo relacionado a revestimentos industriais, pois a nível acadêmico é praticamente inviável realizar cromagem com características equivalentes ao processo industrial, somente sendo visto casos de cromo decorativo, onde não há critérios de abrasão, salt spray e dureza a serem atendidos.
Acompanhar e auxiliar a Isabela em seu trabalho de conclusão foi uma experiência muito enriquecedora para a Sulcromo. Certamente a publicação de seu trabalho em congressos relacionados a Química vai contribuir com as bibliografias do segmento.
“Como foi relatado pela Magali e mencionado por mim no trabalho, há uma grande dificuldade na elaboração de trabalhos a nível acadêmico sobre cromo duro, visto que a replicação do processo a nível laboratorial se torna quase impossível, tendo grandes variações e divergências com o processo real, o que dificulta o referencial teórico e a evolução em pesquisas sobre este assunto, devido a este fator se torna fundamental o apoio da indústria em pesquisas e desenvolvimentos acadêmicos. A Sulcromo sempre se mostrou receptiva e interessada em apoiar iniciativas científicas, a fim de aumentar ainda mais o conhecimento sobre o tema, buscar melhorias no processo e incentivar a pesquisa no ramo. Por ter todo este apoio, incentivo e ser motivada por toda a equipe, decidi realizar meu trabalho de conclusão de curso sobre cromo duro, e a experiência e aprendizado não poderiam ser mais satisfatórias. Espero que com o tempo este tema seja mais abordado e que a indústria se torne mais receptiva a incentivar trabalhos acadêmicos como é feito pela Sulcromo, pois este apoio é fundamental para todo o desenvolvimento e elaboração de pesquisas neste ramo que ainda tem muito a ser explorado.”
Confira a seguir o trabalho desenvolvido pela aluna Isabela Schuster juntamente com a Sulcromo:
Analisar a correlação entre a densidade de microfissuras e a temperatura de processo, utilizando dupla camada de cromo duro e variando a temperatura entre camadas, avaliando a interferência desta correlação na resistência à corrosão.
A tabela abaixo apresenta os parâmetros de processo utilizados para confecção dos corpos de prova, conforme os ensaios realizados:
Corpos de prova finalizados após cromagem e polimento final:
Exemplo de imagem de microfissuras na camada depositada de cromo duro, obtida através do microscópio óptico:
Corpos de prova alocados na câmara de névoa salina com ângulo de 30°, conforme norma ASTM B117:
Referente à densidade de microtrincas, é possível concluir que a temperatura influencia diretamente na sua formação, conforme também constatado por Kubiaki (2017) e Rosa (2019), quanto maior a temperatura menor será a densidade de microtrincas encontrada na superfície. De acordo com o boletim técnico do ácido crômico, pode-se observar no estudo que a temperatura também influencia na homogeneidade da camada, assim, faixas de temperatura mais próximas a 60 °C resultam em uma densidade de microfissuras mais homogênea do que temperaturas mais altas, em que obteve-se contagens mais distintas e superfícies com maior diferença no aspecto das microtrincas.
Analisando os resultados obtidos no ensaio de névoa salina, constatou-se que para maior espessura de camada, ou peças cromadas com dupla camada, há uma maior resistência à corrosão, e que a temperatura não interfere diretamente neste resultado. Já para espessuras de camada mais baixas, verifica-se maior instabilidade na superfície, tornando-a mais suscetível a pontos de corrosão, sendo os apontamentos relacionados a espessura da camada, também observados por Pinto et al (2012).
KUBIAKI, Bruna T. Análise da influência dos parâmetros de processo de eletrodeposição na geração de destacamento em camada de cromo duro funcional. Universidade Federal de Itajubá, 2017.
PINTO, D.L.M.F. et al. Avaliação da incidência de trincas e sua influência na resistência a corrosão de aços revestidos com diferentes espessuras de cromo. INTERCORR 2012 – Salvador/BA, 2012.
ROSA, Michele C. Influência da Temperatura e da Composição Química do Banho de Cromo sobre as Propriedades do Revestimento de Cromo Duro. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2019.
A Sulcromo é referência nos serviços de cromo duro, aspersão térmica e manutenção industrial.
Há mais de 45 anos, desenvolvemos e fornecemos soluções em revestimentos metálicos em todo o Brasil.
Nosso objetivo é otimizar as linhas produtivas de diferentes segmentos da Indústria. Entre em contato e saiba mais sobre nosso trabalho!
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